MEDICALIZAÇÃO E PATOLOGIZAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR: REPERCUSSÕES LONGEVAS A SAÚDE MENTAL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7447/1678-0493.2025v3n3p151-161

Palavras-chave:

MEDICALIZAÇÃO, APRENDIZAGEM, SAÚDE MENTAL

Resumo

Introdução: A medicalização do comportamento humano é uma via de deslocamento comumente usado na resolução de questões comportamentais, entretanto, é ligada a um processo anterior relacionado a patologização de caracteres pessoais consideradas desregulares ou marginais segundo critérios não científicos, isto se apresenta também no contexto escolar, transferindo responsabilidades pedagógicas ao estudante e seu núcleo familiar. Objetivo: Proporcionar uma reflexão integrativa acerca das repercussões do discurso medicalizante e consequentemente patoligizador dos comportamentos envolvidos e esperados dos estudantes. Metodologia: Revisão bibliográfica baseada na utilização norteadora dos descritores em saúde: Medicalização (Medicalization); Aprendizagem (Learning) e Saúde Mental (Mental Health), além de referências bibliográficas vinculadas a bibliotecas virtuais de faculdades e universidades. Conclusão: A manutenção da patologização e medicalização favorece de maneira direta a maximização dos lucros da indústria farmacêutica e também desobriga as instituições de ensino a repensarem aspectos estruturais que afetam o processo de ensino-aprendizagem.

Biografia do Autor

Pedro Lucas da Cruz de Oliveira, UNIFTC/DISCENTE

Graduando em Psicologia pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC). Email- sennajackson2506@gmail.com. ORCID ID: https://orcid.org/0000-0001-8413-4716. Lattes: http://lattes.cnpq.br/9619138737488558.

Eduardo Brito do Nascimento Neto, Uniftc/DOCENTE

Possui graduação em ENFERMAGEM pela Faculdade Metropolitana de Camaçari(2012), especialização em Gestão Pública Municipal pela Universidade do Estado da Bahia(2016), especialização em ENFERMAGEM ONCOLÓGICA pela AVM EDUCACIONAL LTDA - EAD(2016), especialização em Estética e Cosmetologia pela FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS(2017), especialização em ENFERMAGEM EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA pelo INSTITUTO FACUMINAS EAD LTDA(2023), especialização em ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE MENTAL COLETIVA pela Faculdade Ruy Barbosa(2014), mestrado em PSICANÁLISE CLÍNICA pela FACULDADE TEOLÓGICA E CULTURAL DA BAHIA(2018), doutorado em PSICANÁLISE pela FACULDADE TEOLÓGICA E CULTURAL DA BAHIA(2019) e aperfeicoamento em PSICANÁLISE CLÍNICA pela FACULDADE TEOLÓGICA E CULTURAL DA BAHIA(2013). Atualmente é DOCENTE da Universidade Católica do Salvador e DOCENTE do CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTC SALVADOR.

Jonas Benjamim Silva, Uniftc/DISCENTE

Discente de Enfermagem da rede UNIFTC.

Referências

AZEVEDO, L. J. C. Medicalização das infâncias: entre os cuidados e os medicamentos. Psicologia USP, São Paulo, v. 29, n. 3, p. 451-458, 2018.

BARBOSA, M. B.; LEITE, C. D. P. INF NCIA E PATOLOGIZAÇÃO: CONTORNOS SOBRE A QUESTÃO DA NÃO APRENDIZAGEM. Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 24, p. 1-9, 2020.

BEYA, S.; NICOLL, L. Writing an integrative review. AORN Journal, Denver, v. 67, n. 4, p. 877-880, 1998.

CALADO, V. A.; CAMPOS, H. R.; RIBEIRO, C. T. A medicalização na educação e a formação inicial do pedagogo. Revista Educação em Questão, Natal, v. 59, n. 60, p. 1-23, e-24692, abr./jun. 2021.

CHAGAS, J. C.; PEDROZA, R. L. S. Patologização e Medicalização da Educação Superior. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 32, p. 1-10, 2016.

CORRÊA, A. R. M. Infância e patologização: crianças sob controle. Rev. bras. psicodrama, São Paulo, v. 18, n. 2, p. 97-106, 2010.

DIAS, L. L. S.; SANTOS, M. A. B.; PINTO, C. D. B. S. SAÚDE DEBATE, Rio de Janeiro, v. 43, n. 121, p. 543-558, ABR-JUN, 2019.

FRAZÃO, P.; MINAKAWA, M. M. MEDICALIZAÇÃO, DESMEDICALIZAÇÃO, POLÍTICAS PÚBLICAS E DEMOCRACIA SOB O CAPITALISMO. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v. 16 n. 2, p. 407-430, maio/ago. 2018.

HARRAD, D. Principais itens para relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises: A recomendação PRISMA. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 24 n. 2, p. 335-342, jun. 2015.

MANKSE, G. S.; QUADROS, D. C. R. MEDICALIZAÇÃO NA ESCOLA E A PRODUÇÃO DE SUJEITOS INFANTIS. Rev. Reflex, Santa Cruz do Sul, v. 26, n. 2, p. 57-73, maio/ago 2018.

MACHADO, L. V.; FERREIRA, R. R. A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA E PSICANÁLISE DIANTE DA “EPIDEMIA DE DEPRESSÃO”: RESPOSTAS POSSÍVEIS. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 19, n. 1, p. 135-144, jan./mar. 2014.

MELO, C. C. Moura. et al. A PATOLOGIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO HUMANO COMO PRESSUPOSTO DA MEDICALIZAÇÃO DO SENTIR. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, Umuarama, v. 27, n. 5, p. 2904-2927, 2023.

PIZZINGA, V. H.; VASQUEZ, H. R. Reificação, inteligência e medicalização: formas históricas e atuais de classificação na escola. Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 22, n. 1, p. 121-131, Janeiro/Abril de 2018.

PONTES JUNIOR, C. S. ; LEPRE, R. M. OS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM E A PATOLOGIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE: REFLEXÕES A PARTIR DA PSICOLOGIA E DA EDUCAÇÃO. Colloquium Humanarum, Presidente Prudente, v. 17, p. 329-345 jan/dez 2020.

RESENDE, R. O; LIMA, R. R. FENÔMENO DA MEDICALIZAÇÃO NAS ESCOLAS: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE PROFESSORES(AS). RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, p. 1-16, jan./dez.2022.

SANTOS, G. S.; TOASSA, G. PRODUZINDO MEDICALIZAÇÃO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE ENCAMINHAMENTOS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR À SAÚDE. Psic. da Ed., São Paulo, n. 52, p. 54-63, 2021.

SCARIN, A. C. C. F.; SOUZA, M. P. R. MEDICALIZAÇÃO E PATOLOGIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO: DESAFIOS À PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL. Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 24, p. 1-8, 2020.

SILVA, C. M.; RODRIGUES, R. C.; MELLO, L. N. Medicalização da queixa escolar e o uso de psicofármacos como resposta à questões comportamentais. Estud. pesqui. psicol, Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, p. 738-754, set./dez. 2018.

SILVA, L. F; TONUS, K. P. Patologização e medicalização da educação: concepções de professores e gestores do ensino fundamental I e II de escolas de um município paulista. Revista Macambira, Serrinha, v. 4, n. 2, p. 1-12, jul/dez 2020.

ZORZANELLI, R. T.; CRUZ, M. G. A. O conceito de medicalização em Michel Foucault na década de 1970. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 22, n. 66, p. 721-731, 2018.

Downloads

Publicado

2025-11-10