PERCEPÇÕES DOS ESTUDANTES DE MEDICINA ACERCA DO ENSINO REMOTO DURANTE A PANDEMIA DO NOVO CORONAVIRUS
DOI:
https://doi.org/10.7447/1678-0493.2021v1n42p21-30Keywords:
Educação Médica, Educação Online, CoronavirusAbstract
O cenário pandêmico modificou a rotina da população mundial em diversos aspectos. No contexto da educação médica, devido às restrições impostas pelo novo Coronavírus, a migração para o modelo remoto de ensino ocasionou mudanças metodológicas sem precedentes. Esse estudo se propõe avaliar a percepção dos estudantes de Medicina acerca do ensino remoto durante a pandemia da COVID-19. Trata-se de estudo transversal, quantitativo, analítico, realizado através da aplicação de questionário virtual sobre as percepções da qualidade de aprendizagem durante a vigência do ensino remoto. Foram investigadas as percepções de 230 acadêmicos de Medicina regularmente matriculados em Instituição de Ensino Superior (IES) que aderiram ao ensino remoto. Verificou-se insatisfação dos estudantes quanto a aprendizagem durante o ensino remoto por não conseguirem manter o ritmo de estudo (74,8%) e a motivação (84,3%). A interrupção das aulas práticas foi fator destacado pela grande maioria dos respondentes (93,5%). Apesar de destacarem a possibilidade de assistirem a aula gravada como ponto positivo, apenas 43,9% acreditam que este novo cenário permitiu organizar melhor horários e afazeres. O ambiente familiar (57,1%) e a conexão com a internet (69,1%) foram considerados como fatores limitantes para um bom desempenho acadêmico. Na percepção dos estudantes, houve prejuízo na qualidade da aprendizagem durante o decurso do ensino remoto, especialmente quanto à dificuldade de manutenção do ritmo e motivação nos estudos. Além disso, sugere-se que limitações e instabilidades de conexão com a internet também interferiram negativamente com o processo de aprendizagem.
References
BASSO, S. E. O.; et al. EaD, currículo e hegemonia: o necessário debate. EmRede - Revista de Educação a Distância, v. 7, n. 1, p. 225-241.
BASSOLI, F. Atividades práticas e o ensino-aprendizagem de ciência(s): mitos, tendências e distorções. Ciência & Educação (Bauru), v. 20, n. 3, p. 579-593. DOI: 10.1590/1516-73132014000300005
BRASIL. Censo da Educação Superior 2018: Novas Estatísticas. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), 2019. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/documentos/2019/censo_da_educacao_superior_2018-notas_estatisticas.pdf. Acesso em: 10 jul. 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Portaria nº 544, de 16 de junho de 2020. Dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de pandemia do novo coronavírus - Covid-19. Diário Oficial União. 17 jun 2020; Seção 1.
BROOKS, S. K.; et al. The psychological impact of quarantine and how to reduce it: rapid review of the evidence. The Lancet, v. 395, n. 10227, p. 912-920, 2020. DOI: 10.1016/s0140-6736(20)30460-8
ESTRELA, F. M.; et al. Pandemia da Covid 19: refletindo as vulnerabilidades a luz do gênero, raça e classe. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, n. 9, p. 3431-3436, 2020. DOI: 10.1590/1413-81232020259.14052020
FERREIRA, S. F.; SANTOS, A. G. M. Dificuldades e desafios durante o ensino remoto na pandemia: um estudo com professores do município de queimadas - PB. Revista Científica Semana Acadêmica, v. 9, n. 207, 2021.
AMARILLA FILHO, P. Educação a distância: uma abordagem metodológica e didática a partir dos ambientes virtuais. Educação em Revista, v. 27, n. 2, p. 41-72, 2011. DOI: 10.1590/s0102-46982011000200004
GUSSO, H. L.; et al. Ensino superior em tempos de pandemia: diretrizes à gestão universitária. Educação & Sociedade, v. 41, p. e238957, 2020. DOI: 10.1590/ES.238957
MAIA, B. R.; DIAS, P. C. Ansiedade, depressão e estresse em estudantes universitários: o impacto da COVID-19. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 37, 2020. DOI: 10.1590/1982-0275202037e200067
MARTINS, V.; et al. Educação em tempos de pandemia no brasil: saberes fazeres escolares em exposição nas redes. Revista Docência e Cibercultura, v. 4, n. 2, p. 215-224, 2020. DOI: 10.12957/redoc.2020.51026
PEREIRA, A. L. F. As tendências pedagógicas e a prática educativa nas ciências da saúde. Cadernos de Saúde Pública, v. 19, p. 1527-1534, 2003. DOI: 10.1590/S0102-311X2003000500031
QUINTANILHA, L. F.; AVENA, K. M.; MAGALHÃES L. B. N. C.; ANDRADE, B. B. Impacto da pandemia do Sars-Cov-2 na educação médica: migração "compulsória" para o modelo remoto. Visão preliminar de gestores da educação médica. International Journal of Education and Health, v. 5, n. 1, 2021. DOI: 10.17267/2594-7907ijhe.v5i1.3288
SANTOS, G. M. R. F.; SILVA, M. E.; BELMONTE, B. R. COVID-19: ensino remoto emergencial e saúde mental de docentes universitários. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 21, p. 237-243, 2021. DOI: 10.1590/1806-9304202100S100013
SCHMIDT, B.; et al. Saúde mental e intervenções psicológicas diante da pandemia do novo Coronavírus (COVID-19). Estudos de Psicologia, v. 37, Suppl 1, p. S245-S251, 2020. DOI: 10.1590/1806-9304202100S100013
SILVA, A. C. O.; et al. O ensino remoto na percepção discente: desafios e benefícios. Dialogia, n. 36, p. 298-315, 2020. DOI: 10.5585/dialogia.n36.18383
TAPSCOTT, D. Grown up digital: how the next generation is changing your world. New York: McGraw-Hill, 2009.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2021 Diálogos & Ciência
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.