EXPERIÊNCIAS COM O USO DE TABLETS POR AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: PERCEPÇÕES, LETRAMENTO DIGITAL E PRODUTIVIDADE DO TRABALHO
Abstract
A informatização dos processos e serviços de saúde é, simultaneamente, gargalo e potencialidade para a otimização das decisões baseadas em evidências e o desenvolvimento de políticas de saúde eficazes. O objetivo do presente estudo foi analisar o processo de aceitação, percepção e experiências com o uso de tablets no cotidiano dos agentes comunitários de saúde (ACS), atuantes na zona urbana do município de Montes Claros/MG. Os participantes responderam a um questionário composto por 65 variáveis investigando sua recepção e percepção com o processo de implementação de tablets nas rotinas profissionais, bem como condicionantes técnicos e processuais. Foi realizada uma análise descritiva exploratória dos dados com distribuição de frequências e porcentagens entre as variáveis investigadas. Dos 401 ACS investigados a maioria avaliaram a usabilidade dos tablets no cotidiano de trabalho como facilitada, embora a capacitação para sua utilização e assistência técnica tenham sido insuficientes. Os registros e importação de dados com o dispositivo ocorreram em sua maior parte sem transtornos, a despeito da má qualidade da estrutura computacional e de conexão das unidades de saúde. Não observou-se entre os participantes reflexos etaristas ou temores sobre a precarização ou risco da perda do posto de trabalho diante da tecnologia. Conclui-se que, embora processos gerenciais de incorporação de métodos e tecnologias tenham por compromisso a otimização e eficiência do trabalho, tal aspecto não pode se dar em descolamento da realidade dos trabalhadores de base que absorvem impactos da imposição ou implantação de procedimentos sem a devida infraestrutura lógica, técnica e humana.
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